Os trabalhadores estão sujeitos a
diversos riscos no ambiente de trabalho. Os mais falados são as doenças e os
acidentes. No entanto, há outros, como o desconforto térmico. Além de
comprometer a saúde do profissional, esses efeitos também interferem na
produtividade.
Os riscos físicos no ambiente de
trabalho são classificados em: ruídos, umidade, temperaturas extremas,
pressão anormal, vibrações e radiações. As temperaturas extremas podem trazer
diversos problemas para a saúde, o bem-estar e o desempenho do colaborador, por
isso, fazem-se tão importante investir em um ambiente agradável de trabalho e
que preserve a qualidade de vida do funcionário.
Se você quer saber mais sobre o tema,
leia o artigo e aprenda mais sobre o excesso de calor no ambiente de trabalho,
seus efeitos, as formas de evitá-los e o que diz a NR17 sobre esse assunto!
O cuidado com o colaborador
Atualmente, um
dos grandes valores divulgados pelas empresas é o cuidado e a valorização de
seus funcionários e colaboradores, isto é, a prática da sustentabilidade
empresarial. As organizações perceberam que é fundamental cuidar do seu público
interno para alcançar os principais objetivos do negócio.
É dentro desse
contexto que as companhias garantem que seus funcionários trabalhem em um
espaço agradável e seguro, visando um ambiente organizacional apropriado,
contendo os recursos técnicos que o colaborador precisa para realizar suas
tarefas de maneira profissional e segura. Assim, ao cuidar da temperatura
ambiente, a empresa encarrega-se da saúde de seus funcionários, oferecendo-lhes
condições de trabalho que não comprometem a sua saúde e a sua produtividade.
Ao
disponibilizar um ambiente saudável, a empresa garantirá menos rotatividade
entre os seus funcionários e uma maior satisfação de seu público interno.
Assim, ela cultivará um clima organizacional saudável, demonstrando que o
cuidado com o colaborador também faz parte das políticas e dos valores da
empresa.
A NR17 e sua regulamentação
As Normas
Regulamentadoras tratam das questões ergonômicas no ambiente de trabalho,
ou seja, visam cuidar do bem-estar humano ao desempenhar suas funções. Sendo
assim, os funcionários não devem ser submetidos a condições de trabalho que
comprometam sua saúde física ou mental.
Entre todos os
itens abordados entre as NR1 a NR28, destacam-se na NR17 algumas disposições
como “equipamento dos postos de trabalho”, “organização do trabalho”,
“levantamento, transporte e descarga individual de materiais” e, por fim, as
“condições ambientais de trabalho”, característica essa que visa também o
cuidado com os riscos gerados pelo calor no ambiente de trabalho.
A NR17, o item 17.5.1,
prevê que “as condições ambientais de trabalho devem estar adequadas às
características psicofisiológicas dos trabalhadores e à natureza do trabalho a
ser executado”. A temperatura mais adequada segundo a NR17 deve ser
de 20º C a 23º C em lugares como escritórios, laboratórios, salas de projeto.
Já a ISO 9241/2011 define que a melhor temperatura fica entre 20º C e
24º C no verão e entre 23º C e 26º C no inverno.
O anexo III da NR 15 também
define a temperatura máxima de acordo com o nível de dificuldade de atividades,
sendo elas:
- leves: 32,2º C;
- moderadas: 31,1º C;
- pesadas: 30,0º C.
As fontes de calor no ambiente
A fonte mais
importante de calor é o sol, que varia conforme o lugar e o horário em que a
atividade é efetuada. Isso é relevante quando as atividades são realizadas a
céu aberto. Mas podem existir outras fontes que elevam a temperatura, como
máquinas de carvão, forjas, churrasqueiras, lâmpadas elétricas de elevada
potência (watts) e outras.
Os efeitos do excesso de calor
Devido ao
excesso de calor, o organismo acaba aumentando a sua própria temperatura
interna (hipertermia).
Para combater
a hipertermia, algumas reações acontecem:
- a
sudorese, ou seja, o líquido do corpo transforma-se rapidamente em vapor;
- a
vasodilatação periférica, que possibilita a troca de calor entre o
ambiente de trabalho e o organismo da pessoa.
Se o corpo não
conseguir manter a temperatura em torno de 37º C (que é a ideal),
mesmo com as reações de defesa, os efeitos podem ser:
A
desidratação
A desidratação
acontece quando o corpo usa ou perde mais líquido do que o ingerido. Essa é uma
questão delicada, pois com o excesso de calor é um fator de risco e aumenta a
temperatura corporal e, consequentemente, a necessidade de mais fluidos.
A desidratação
causa principalmente a diminuição na quantidade de sangue, gerando exaustão,
cansaço excessivo, diminuição da produção de urina, dor de cabeça, tonturas e
vertigens. A desidratação severa pode levar o trabalhador a ter pele seca e sem
elasticidade, pressão arterial baixa, batimento cardíaco rápido e febre.
A exaustão do
calor
A exaustão do
calor é mais severa, pois, com a diminuição de sais e de líquidos, os sintomas
tornam-se mais graves. A dilatação exagerada dos vasos resulta na insuficiência
do sangue necessário para alimentar o córtex do cérebro, facilitando a
ocorrência de hipotensão — queda da pressão arterial. Além disso, ela pode
gerar fortes dores de cabeça, fadiga, tonturas, náusea ou vômito. É normal que
a pessoa passe por uma sudorese abundante, sendo o primeiro indício de
exaustão.
O choque
térmico
O choque
térmico pode ocorrer, principalmente, quando trabalhador sai do local de
trabalho e vai para o ambiente externo ou, o inverso, quando ele vai do
ambiente externo para o ambiente interno de trabalho. Com isso, o núcleo do
organismo, de repente e sem preparo, alcança uma temperatura muito alta,
fazendo com que o corpo sofra um estresse metabólico, comprometendo algum
tecido fundamental que se mantém em contínuo funcionamento.
As câimbras
do calor
A sudorese
gera perda de sais minerais e de água, inclusive de cloreto de sódio. A
diminuição desse sal tende a causar câimbras, ou seja, espasmos musculares
graves, contrações musculares fortes nas mãos, nas pernas, nos pés, nas coxas
ou nos braços. Normalmente, dependendo da intensidade, o alongamento do músculo
pode aliviar a dor.
Desmaio
Ambientes
pouco ventilados e muito quentes facilitam a desidratação e a queda da pressão
arterial, principalmente, quando o funcionário utiliza roupas pesadas. Os vasos
sanguíneos, ao tentarem compensar a desidratação, se contraem e quanto menor a
contração, maior podem ser as complicações. Nesse processo, o indivíduo pode
entrar em um estado conhecido como hipotensão, isto é, a pressão arterial fica
mais baixa do que o esperado, levando-o ao desmaio.
Urticária
A urticária é
um tipo de alergia causada pelo calor, ela afeta a pele com o surgimento de
pequenos caroços vermelhos que desencadeiam em uma coceira nas áreas afetadas.
Ela é muito comum nas costas, no rosto e no pescoço.
Alguns
sintomas mais graves podem acompanhar a urticária, como tosse, falta de ar,
diminuição da pressão arterial ou inchaço nas áreas afetadas. Caso sejam
identificados, é muito importante o acompanhamento médico.
As soluções para o excesso de calor
Em relação à fonte de
calor, o gestor pode variar a potência do equipamento, por exemplo. Já
quanto ao funcionário, pode-se aplicar o revezamento, reduzindo o tempo de
exposição do colaborador à fonte. Os equipamentos de proteção individual, os
EPIs, também ajudam, como luvas, óculos especiais, capuz de material isolante.
Convém ainda
monitorar o trabalho do colaborador com exames médicos regulares. É preciso que
ele tenha pausas para descanso e para se hidratar com água ou isotônicos. Além
disso, é importante que:
- o espaço seja ventilado e
umidificado;
- a temperatura do local seja
controlada via termômetro;
- a distância entre a fonte de
calor e o trabalhador seja ampliada.
Nesse sentido, a
climatização por meio do micro aspersão
de água é uma solução moderna e eficaz. Distribuída uniformemente no
ambiente, consome pouca energia e gasta pouca água. Sua instalação é
prática e bem mais rápida, pois dispensa alterações na estrutura da construção,
e seu custo-benefício é ótimo.
Os benefícios de um ambiente com temperatura adequada
As soluções apresentadas,
como a micro
aspersão de água em alta
pressão, ajudam a reduzir a temperatura do ambiente, contribuindo para o
conforto térmico dos funcionários. Outra vantagem é que são potencializadas as
condições de produção.
A micro aspersão ainda
contribui no controle da umidade do local, assentamento de
particulados sólidos e para a neutralização de odores. Promove,
ainda, o conforto térmico de animais em ambientes rurais, feiras ou
exposições.
A temperatura
ideal evita que os trabalhadores se desgastem rapidamente e contraiam doenças.
Indiretamente, reduz a taxa de rotatividade, já que eles se sentirão bem em
permanecer em uma empresa que oferece condições de trabalho salutares.
O excesso de
calor é um problema para os profissionais, mas com algumas soluções simples e
seguindo as normas da NR17, o cenário negativo pode ser revertido.
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determinadas ações podem prevenir muitos riscos para o trabalhador? Se você
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